sexta-feira, 17 de setembro de 2010

No Melhor Dos Mundos

No melhor dos mundos, hoje eu acordei com uma vontade de abrir os braços. Parecia que havia engolido um sorvete de nuvem e ela se fazia livre dentro do meu peito. Sabe aquela sensação de bem-estar que faz com que tudo pareça possível e que todas as pessoas são felizes? Até parece que sentado diante do Renato Russo compreendia essa sensação que o fez transformar essa paz repentina em música. Quem me dera ao menos outras vezes.

No melhor dos mundos olhei para o lado na rua e vi um bem-te-vi construindo seu ninho num galho baixo da paineira sem dar a menor bola para o vai-e-vem das pessoas e do transito que se aglomerava a sua volta. Parecia que aquela visão me fazia compreender que Deus está acima de qualquer coisa e que Ele, de alguma forma, nos deixa seguros para entender que sempre estará por perto, não permitindo que nada aconteça.

Não é todo o dia que a gente acorda achando que o mundo pode ser um lugar conquistável e que tudo nessa vida só depende de nossa vontade, de trabalho e interesse em não desistir dos sonhos. Pode até parecer romantismo achar bonito o suor que escorre da testa do operário, mas é isso que faz a nossa vida de alguma forma, valer a pena.

Escolhi um caminho de árvores para seguir para o trabalho e cada vez que a paisagem passava por mim dentro do carro, mais eu tinha a certeza de que naquele dia, ao menos naquele dia não haveria nada impossível que não estivesse ao alcance das mãos.

Percebi que o bem maior que fazemos aos outros é estar antes de tudo, bem consigo mesmo. Isso parece nos envolver numa cortina de tolerância e torna a linguagem de todas as pessoas compreensiva.

No melhor dos mundos o que a gente precisa mesmo é ter mais sextas-feiras iluminadas para que possamos sonhar com sábados ensolarados sem ter hora pra acordar. Isso desperta o nosso espirito e nos faz ter vontade de prosseguir, embora o regresso involuntário para a realidade, seja duro e vejamos que o mundo, nem sempre é perfeito e que nem todas as pessoas são de fato felizes. E antes, que eu perceba que esteja dentro de um mundo imperfeito, quero só manter a certeza de que hoje acordei feito uma criança tomando sorvete de nuvem e antes que ela fizesse bem a mais alguém, essa nuvem fez bem a mim.

No melhor dos mundos, eu chorei sem ter motivos.

Um comentário:

  1. Ah se todos os dias fossem sextas feiras iluminadas! Quando acordamos leves, descansados conosco mesmo, porque muitas vezes cansamos a nós, a nossa visão sobre tudo muda e se torna leve também. Adorei o blog!
    Beijos, Dani.

    PS: Joel, pode divulgar o texto sobre o aniversário, mas peço que mencione o meu nome como autora. E uma dica, ao enviar os convites, peça para os convidados confirmarem até uma semana antes, é mais seguro, garanto!

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