segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O TRISTE FIM DOS SINCEROS


O TRISTE FIM DOS SINCEROS



Nossa falta de sinceridade é o que nos mantêm vivos. Se fossemos sinceros ao extremo já teríamos morrido. Não haveria mais primeiras e segundas intenções, gentilezas e certas cerimônias adotadas pelos apaixonados. No emprego seríamos altamente competitivos, nas relações sociais seríamos agressivos e todo mundo passaria a dizer o que realmente está buscando.
Sem contar o prazer de mantermos os dentes na boca e o não ter que trocar o guarda-roupas inteirinho com aqueles looks que você acreditava estar arrasando.
A falta de sinceridade mantêm os casamentos fálidos e muita gente feliz nos porta-retratos. A amiga espalhafatosa do lado, os amigo bagunceiro do outro e assim a vida vai seguindo.

Não teríamos chegado tão longe se tivéssemos sido honestos O TEMPO TODO e nem tanta admiração dos amigos se só disséssemos à verdade. O que seria dos hipócritas, dos sínicos, dos pervertidos, dos mentirosos, dos envolventes e dos inesquecíveis que tiveram por uns instantes o nosso coração nas mãos? O que teria sido de nós sem o sonho dos amores imaginários, das princesas sem chulé e dos sapos que enxergávamos príncipes?
Não os teríamos amado tanto, nem descoberto o amor.

A sua banda favorita, sua música favorita, seu ator favorito. O que teria sido da sua arte se não fosse à ausência da verdade?
Precisamos nos enganar para continuar enganados e acredite, é bem melhor assim.
Quando dizem que não precisamos emagrecer, que não precisamos trocar o vestido, que não precisamos mexer no cabelo ou que o carro ainda pode rodar mais uns 30 mil kilometros, acredite, é verdade. A ausência disso o faria meter uma mão no bolso e outra na cabeça, porque além de pobre e falido você estaria louco.
Quando alguém disser a você que está bonito, acredite. É bem melhor assim.

Acredite também nos sedutores, nos amantes, nos bem intencionados. Eles só fizeram o bem, além de terem nos ensinado a passar a receita adiante.
Nossa falta de sinceridade é o que nos faz feliz e dessa forma vamos construindo uma cabeça equilibrada fingindo para os outros que além de confiáveis, somos normais. Afinal de contas quem duvidaria da nossa insanidade?
Pelo bem da humanidade ninguém nesse mundo é sincero, mas o Prozac é.
Sincero e discreto.
Precisamos dessas meias verdades para estarmos bem, porque fingimos estarmos bem quando não está tudo bem. Fingimos ser feliz quando na verdade não somos felizes. E acredite, é bem melhor assim.

Infelizes mesmo são os sinceros que apesar de só dizerem à verdade são acusados a todo instante de não saberem amar ninguém. 

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